O poder da arquitetura

O que mais gosto (eu e minhas plantinhas) na minha nova morada é a luz e o frescor da sala gigante e principalmente do corredor coletivo de amplas janelas que mostram o jardim vivo, verde, vibrante. Nos conceitos atuais de aproveitamento maximizado de espaço seria um horror para uma mega construtora projetar um corredor desses, onde cada cm do terreno tem que ser aproveitado para vender “studios” de 23 m2.

O que mais desfruto dentro de casa é o pé direito gigante que me minimizou para um outro tamanho mais real. Tem também a janela maravilhosa onde cresce vertiginosamente minha nova “urban jungle” na força da primavera; o chão de madeira de verdade que respira e é delicioso de pisar descalça; a sala de banho, que é uma sala mesmo de tão grande, onde a banheira parece pequena nessa imensidão de intimidade; a cozinha comprida que se abre para meu jardim de temperos que cresce feliz e finalmente o meu quarto, sagrado, onde cabe até uma mini-biblioteca com meus livros do momento (que são sempre muitos) e os inseparáveis aos que preciso dar boa noite sempre.

Sim, morar num prédio dos anos 50 me deixa sentir claramente o poder da arquitetura como forma de consolidar uma realidade, uma idiossincrasia e uma época. Outros tempos onde o tamanho do indivíduo e seu conforto habitacional se pautavam por outros critérios, que hoje me são imprescindíveis na busca do meu espaço externo/interno.

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